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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Contos do Fim do Mundo


O casamento entre mitos de fim do mundo - no caso, um texto maia extremamente vago - e o poder dos meios de comunicação parece ser irresistível. O que estamos vendo, em grande escala, é a universalidade do medo. O mesmo que fazia as pessoas tremerem durante a Idade Média ou na cordilheira dos Andes quando surgia um cometa no céu, ou quando ocorria um eclipse total do Sol.
Tanto no passado quanto no presente, os céus estão cheios de deuses; e, pelo jeito, a maioria das pessoas ainda acredita que são eles que determinam se vamos ou não viver. Primeiro, tenho o dever de analisar a base científica do filme. Afinal, como disse um dos personagens, "com todas nossas máquinas e tecnologia, e os maias já haviam previsto isso tudo".
Será? A história começa no fundo de uma mina na Índia, onde cientistas analisam o fluxo de neutrinos vindos do Sol. Até aqui tudo bem, é isso mesmo o que ocorre. Existem vários laboratórios pelo mundo localizados em minas profundas. O maior deles é chamado Super-Kamiokande, no Japão.
A história fica absurda quando o cientista indiano explica ao americano que, de uns anos para cá, os neutrinos solares sofreram uma mutação e começaram a interagir intensamente com a matéria no interior da Terra.
Neutrinos sofrendo mutações? Feito bactérias? Darwin virou astrofísico? Não só isso, mas esses neutrinos misteriosamente não interagiam conosco ou com navios e aviões, só com o metal no interior da Terra, causando o seu rápido aquecimento. Neutrinos não sofrem mutações.
As estrelas, centenas de bilhões delas só na nossa galáxia, vêm funcionando exatamente do mesmo modo há pelo menos 10 bilhões de anos sem esse tipo de anomalia. Cientificamente, o cenário de 2012 não faz o menor sentido.

Em termos concretos, que é uma fabricação. O Sol passa por ciclos, nos quais sua atividade oscila com um período de 11 anos. No máximo do ciclo, uma maior atividade magnética ocorre, e aumenta o número de manchas solares e de emissão de matéria.
As ações catastróficas que andam ocorrendo nesse ano de 2011, vem iludindo seres de todas as religiões possíveis. Ocorreram já algumas reações anormais que cidadãos sem nível cultural nenhum, pararia para pensar que quem está provocando isso é si próprio. Tempestades, tsunamis, terremotos de altos níveis, assassinatos em massa, conflitos étnicos e, como é o caso a cada ciclo, algumas são maiores, outras menores. Espero que as pessoas não confundam fantasia com realidade e entrem em pânico inutilmente.
 
Mas, como é um filme e não um documentário, não deveríamos esperar uma ciência precisa; disso, já desisti.








Marina Neto

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