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sexta-feira, 17 de junho de 2011

5 anos sem Bussunda

Bussunda - ou Cláudio Basserman Viana, o Claudinho - jogava uma pelada quando se sentiu mal. Era fanático por futebol. O que nos leva a pensar que estava todo contente em Pasdorf, na Alemanha, para cobrir a Copa do Mundo e viver seu último personagem - o "Fofômeno" - ou vestindo a camisa onde se lia "Ferômeno", sempre brincando com Ronaldo.
Bussunda deve estar pensando na brincadeira que faria por seu ídolo inspirador ter batido o recorde de gols na Copa. Qualquer coisa parecida com "Eu não sou gordo. Sou gooooooldo" - atrevo-me a imaginar, diante da polêmica da imprensa sobre o peso do jogador e pelas piadas que fazia com seu próprio peso.


Essa característica de rir de si mesmo, aliás, atribuída às pessoas inteligentes, também é conhecida como "humor judaico", como lembrou Alberto Dines no Observatório da Imprensa do dia 20. "Bussunda considerava-se herdeiro dos humoristas e comediantes judeus, e assumia-se como judeu".
Mas havia também em Bussunda o espírito carioca, brincalhão, em tudo o que fazia.  Considerava-se um "carioca clássico": nasceu e se criou no Rio de Janeiro e torcia pelo Flamengo. Era também um "jornalista clássico": pautava-se pelo noticiário para compor seus personagens e piadas, criticando a notícia e nos obrigando a refletir sobre ela.
Casado com outra jornalista, Angélica Nascimento, tinha uma filha, Julia. A parte crítica, aliás, Bussunda aprendeu desde cedo. Era filho de Luís Guilherme Viana e de Helena Besserman Viana, a psicanalista que teve a coragem de denunciar o médico e psiquiatra como participante das equipes de tortura do Dói-Codi nos tempos da ditadura. 
Bussunda atuou no movimento estudantil do Rio ao lado do irmão Sérgio, que mais tarde foi presidente do IBGE. E foi lembrado pelo historiador e sociólogo carioca Hamilton Garcia, que escreveu guardar de Bussunda a lembrança do companheiro, "do homem de opinião que lutou pela democracia... Um militante, não um indiferente dormindo."

Incansável, escreveu onze livros, lançou três discos, encenou uma peça de teatro e estreou no cinema em 2003, com A Taça do Mundo é Nossa. Fez uma participação especial no filme Como ser Solteiro e dublou o personagem principal da animação Shrek.  E terminou de filmar "Seus Problemas Acabaram", a ser lançado nos cinemas.
Sem Bussunda as noites de terça-feira não serão iguais. Mas a continuação do programa com seus companheiros Marcelo Madureira, Hubert Aranha, Helio de la Peña, Maria Paula, Cláudio Manoel, Beto Silva, Reinaldo Figueiredo e o diretor José Lavigne e suas piadas geniais será a melhor homenagem a um de seus principais criadores.


Valeu Bussunda!!


Marina Neto

1 comentários:

  1. Realmente depois da morte do Bussunda o Casseta e Planeta desandou, judeu por judeu nem o Beto Silva conseguiu suprir a falta do Bussunda.

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