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quinta-feira, 17 de março de 2011

O ideal da Felicidade

A vida humana é uma contínua busca pela felicidade. Pelo menos é o que diziam os gregos, e acho que é difícil discordar de tal proposição. Há, porém, algumas dificuldades nessa busca: muitas vezes as pessoas confundem felicidade com comodidade, ou então com frivolidades. Há também aqueles que erram grosseiramente, e assim que atingem a meta traçada descobrem a profunda infelicidade em que passaram a viver. O homem sabe de uma coisa: nesta terra não alcançará a felicidade em absoluto, por mais que a busque.
É interessante notar que sempre que traçamos uma meta, algo que desejamos muito, procuramos nisso alguma felicidade. Assim, um diploma universitário, uma viagem de férias ou um carro novo convertem-se em objetos desejados pela pessoa que, assim que os obtém, alcança um certo grau de felicidade. Mas nessa vida tudo se corrompe: o carro, que hoje é novo, amanhã estará velho e desprezível; a viagem terminará e isso traz um sentimento de melancolia; a carreira profissional pode tornar-se motivo de frustração. Um cara que quer se alegrar em uma bebedeira terá que suportar a ressaca do dia seguinte. Por que raios sempre que a pessoa busca a felicidade acaba encontrando traços de sofrimento?
A dor é, sem dúvida, a grande contradição da vida humana. É possível ser feliz sofrendo? Se por um lado a vida é a busca pela felicidade, e por outro não podemos escapar do sofrimento… então o homem será necessariamente frustrado? Acredito que a pessoa que foge à essas questões esteja sendo covarde. Há algumas respostas coerentes; dessas, há aquelas que são inaceitáveis.

A primeira tentação é cair em uma espécie de niilismo, uma indiferença perante a vida. E curtir as sensações do momento: a idéia é sentir-se bem, já que não é possível estar bem. Eu não posso concordar com tamanha leviandade: levar essa posição às últimas conseqüências seria ou cair em um hedonismo ridículo, ou suicidar-se. Ambas as posições são covardes, em minha opinião.
Mas então como conciliar a felicidade com o sofrimento? Não há aí uma contradição? Quase. O homem moderno tem um afã de querer dominar a vida, mas isso não é possível. Há algo de misterioso aqui. E é justamente essa a saída para o dilema aqui proposto: a vida é um grande mistério. Não adianta fazer birra, e querer uma explicação científica, precisa, para o que vivemos; simplesmente não há. Hoje está tudo uma maravilha, mas amanhã perde-se uma fortuna na bolsa de valores e a pessoa cai na miséria. O que ela fez para merecer isso? Nada. O que dizer então dos doentes, ou dos que são vítimas de crimes. Eles mereciam isso? Não! Como explicar isso? Não sei, é um mistério: esse é o grande ponto.


Marina N. Neto

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